O QUE ROLA NA QUEBRADA?
A galeria dos confinados
Por Janaina e Maria Aparecida.
O Ano de 2020 foi diferente para todos nós, com o advento da Pandemia, fomos obrigados a nos isolar socialmente, trabalhar remotamente, estudar com aulas à distância, todos em casa, partilhando todo tipo de sensação, opostas de nossas ações sempre tão presentes. Dessa necessidade de estarmos juntos mesmo seṕarados, próximos, mesmo que distantes, inteiros, mesmo que fragmentados, nasceu o eixo Diário de Quarentena – um espaço para dialogar sobre nossas representações históricas sobre a pandemia – e, com ele, a Galeria dos Confinados, um mural digital, criado para postar as produções realizadas ao longo do isolamento social.
Os professores responsáveis propuseram à comunidade escolar, desafios concernentes ao temas relacionados à pandemia, solidão, casa, Covid-19, memória, entre outras. Todas as propostas buscam a expressão do indivíduo por meio das quatro linguagens artísticas (música, dança, teatro e artes visuais), respeitando o repertório de cada um, contribuindo para o processo artístico.
A Galeria dos Confinados se tornou uma espécie de museu virtual a fim de que cada estudante pudesse colocar sua própria produção e ao mesmo tempo, apreciar a dos outros estudantes. Os principais desafios foram: mensagens para o mundo, o mundo da minha janela, cosplay de obras de arte, cartão postal, caixinha da memória, autorretrato, paródias, etc.
Nas aulas online, utilizamos recursos multimidiáticos para colaborar com a compreensão de uma sala online multisseriada: vídeos, charges, imagens, músicas, apresentações feitas por nós mesmos, entre outros. Víamos a necessidade de trazer informações conceituais das temáticas levantadas, porém através do diálogo e das informações que já traziam consigo, como por exemplo: vamos fazer um Cosplay?! Mas o que é, de onde veio, quais as características, como fazer? Era assim que construímos, em conjunto, as aulas.
É importante salientar que a arte traz a inquietação, a reflexão e a fruição, o mais puro movimento de conexão entre todas as pessoas. A Galeria não se limitou somente aos estudantes, mas convida a todos de dentro ou fora da escola a produzir arte e participar desse movimento convergente. Na galeria trazemos essas memórias, o que sobrevive ao tempo dentro de nós e que dialoga com a nossa História e da Humanidade.
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Janaina e Maria Aparecida são professoras de Arte na EMEF Enzo Antônio Silvestrin – DRE/PJ