PARA QUEM CUIDA
Por Professora Glauciane Maria de Almeida Catanho
Meu nome é Glauciane Catanho, sou professora da Rede Pública de Ensino. Desde pequena, apaixonei-me pelas palavras tatuadas nos livros e nas páginas dos jornais que o meu pai sempre lia. Daí para a poesia… um pulo! O papel em branco me fascinava e era o espaço de liberdade que eu tinha para escrever o que pensava, sentia e desejava. Até hoje me encanta a possibilidade de escrever e construir um mundo melhor junto com o olhar do leitor que mira as minhas palavras e a poesia que há no universo de cada um de nós.
Educação integral
Glauciane Catanho
Lá vai ele nos ensinar… o tempo!
Toca na ponta dos nossos dedos
e, sem medo, nos faz transbordar…
Ainda há muito que fazer:
espaços, laços, abraços!
Um passo na arte de se aventurar…
O ser humano? É corpo, é mente,
semente de amor no universo,
broto pronto a se revelar…
Deixe a diversidade respirar…
Já que nos braços da equidade,
a igualdade precisa se aconchegar!
Educação integral se faz assim:
parceria, empatia, alegria…
A beleza está no se transformar!
Quanto vale?
Glauciane Catanho
Quanto vale
uma gota de lágrima
uma esperança perdida
um pedaço de sonho?
Quanto vale
um aperto de mão
um beijo no rosto
um abraço forte?
Quanto vale
um copo de água
um café com leite
um bolo recheado?
Quanto vale
aquilo que o dinheiro
não pode pagar…
aquilo que um olhar
não pode enxergar…
aquilo que um sorriso
pode transformar….?
Ei, tem alguém aí,
aqui, ali?
Alguém que, apesar de tudo,
ainda sorri, estende a mão
e sente, mais que tudo,
as batidas do coração?
Sou ser humano!!!
A minha história?
Respeite!
A minha verdade?
Diversidade!
O meu desejo?
Recomeçar!
O meu tempo?
Hoje!
Hoje é o dia de uma nova chance
para ser feliz
para fazer a diferença
para nascer de novo…
Quanto vale
o brilho nos olhos
o sangue nas veias
o sorriso no rosto?
Que a escola possa ser
lugar de possibilidades
de amizades
de diversidades
Que a vida
seja acolhida
Que a verdade
seja dignidade
Que meninos e meninas
sejam pássaros
num voo que se refaz
nos caminhos da paz…
Eu e o passarinho
Glauciane Catanho
Passarinho pousou no meu ouvido
“Voe!” – me cantou num só acorde
Acordei, levantei, os olhos lavei…
“Voar? Como assim , meu amigo?
Faltam-me as asas…
Em brasas arde o sol…”
Com os pés fincados no chão,
ilusão seria chegar ao céu!
Lá estava ele no alto
e, num salto,
pus-me a observar…
O ar, o deslizar, o encantar
Ah! Amar era fácil conjugar
Eu e ele a sonhar…
Sonhos de liberdade,
na realidade acorrentada,
desencantada, aprisionada…
“Siga em frente!
Não desista, insista!”
Cantava ele sem parar…
Uma folha da árvore caiu
Quem viu?
Uma flor entre pedras surgiu…
Ah! Lindo passarinho:
Ninho de esperança
para se acalentar…
Posto que se pode sempre voar
Quando há razões para amar…
Ela, a poesia
Glauciane Catanho
A poesia é feita de pedaços,
de abraços…
Uma mão que toca na outra mão,
acende o sentimento do coração…
Adeus! Adeus solidão!
Um passo de dança, um traço na linha…
Sopro de sons enamorados pelas notas musicais
numa cantoria repleta de tantos ais…
Quer fazer melodia pra esquecer?
Jamais!
Porque o canto dos passarinhos
é quente, aquece o universo!
Vira rima e fica assim: imerso…
É filhote no ninho, vale um verso!
Onde está a beleza?
Olhe para o lado,
ela está bem perto de você:
no fundo dos olhos de quem te vê
e na mensagem que não se lê…
Pois se vive, se convive… se realize!
Brinque nas asas coloridas de uma borboleta…
Não tenha medo: pegue uma simples caneta
e escreva: o tempo é mais que uma ampulheta!
Aqui está o momento: agarre-o!
Com o brilho das estrelas na mão…
E nos sonhos: as mágicas bolinhas de sabão!
O amor? Mora aí: no fundo do seu coração…
Glauciane Maria de Almeida Catanho é professora da Rede Municipal de Ensino.
Imagem: Pixabay