SE LIGA!
Por Vileide Aparecida Clemente de Oliveira
Crônica: A SAGA ZECA URUBU
Aventura é pouco!
O que fazer ao deparar-se com um filhote de Urubu dentro de uma escola? E quando os pais resolvem vir alimentá-lo?
Correr? Gritar? Isolá-lo? Ligar para órgãos competentes? Salvá-lo? Batizá-lo?
Sensações que a comunidade escolar da Emef Padre José de Anchieta vivenciou no último dia 25 de setembro ao deparar-se com este animal exótico em uma área aberta da escola.
Isso mesmo, o Zeca Urubu, como foi batizado, caiu do seu ninho e teve como lar o ambiente escolar até conseguir alçar voo.
Com isso, como escola é lugar de aprendizado, claro que Zeca virou tema de estudo, pois como preservar um animal sem conhecer a sua especificidade? Então bora pesquisar e dialogar com todos sobre as características da espécie… Daí compreenderam que o Urubu nasce com sua pelagem branca e que não era um animal idoso, como pensaram a princípio. Coisas da natureza! E que após 11 semanas de vida conseguiria voar.
E mais! Além de adquirir o aprendizado pela pesquisa, este se tornou mais qualificado, quando pode ser observada pessoalmente a evolução da espécie dia a dia.
Hoje o Zeca Urubu juntou-se com seu bando e esta comunidade escolar mudou o olhar em relação à espécie.
E viva o Zeca Urubu!
Por que será que foi batizado de Zeca? Tenho certeza que muitas pessoas já imaginam o porquê.
Vileide Aparecida Clemente de Oliveira é professora na rede municipal de ensino e atua como psicopedagoga institucional no NAAPA da DRE de São Miguel.
Tudo pode nos proporcionar DESCOBERTAS…
… Inclusive a fauna de nossa cidade e, assim, segue o relato da Maria Aparecida, Francimari e da Rafaela (gestoras da UE Padre José Anchieta) sobre uma ave que passou a fazer parte do cotidiano da escola.
No dia 25 de setembro deste ano, um sábado, estivemos na Unidade Escolar para um dia de reposição de aula e avistamos um urubu na área livre que temos por lá. Até então pensávamos estar de passagem e que logo sairia voando. Ao retornarmos à escola na segunda-feira a ave continuava lá. Pensando que a mesma estivesse doente, optamos por ligar para a GCM Ambiental e verificar a possibilidade da retirada do animal. Durante o atendimento, foi-nos informado que, neste momento pandêmico, não estariam retirando animais. Preocupadas, partimos para a tentativa de ajuda do Corpo de Bombeiros e Subprefeitura… todos em vão. Então, em uma das ligações, conseguimos o contato WhatsApp de uma ONG que resgata animais e, após o envio da foto da ave, aprendemos que se tratava de um urubu jovem!
Embora a ONG tivesse se comprometido em entrar em contato com a GCM (para solicitar que verificassem o animal pessoalmente) ainda estávamos aflitas com a situação do bichinho. Maria Aparecida, nossa Diretora, levou água para o bichinho, mas ele demonstrava estar muito assustado. Mais tarde, com ajuda das professoras Alexandra Santana Santos Kaneji e Michela de Jesus Costa e Silva, retirou o animal do lugar descoberto onde estava e o levou para a área externa da escola, arborizada e ampla, com gramas e plantas rasteiras. Entretanto, continuávamos preocupadas e atentas com a permanência do nosso Zeca-Urubu, principalmente por se tratar de uma área de circulação de estudantes e demais pessoas da comunidade.
Foi aí que em certo momento, para nossa surpresa, presenciamos a descida de outros dois urubus maiores que vinham alimentá-lo… Finalmente os pais!! Na manhã seguinte, três policiais da GCM chegaram a nossa Unidade e constataram que tratava-se de um animal filhote e explicaram que neste caso ele não poderia ser recolhido, pois muito em breve aprenderia com os pais a voar. Eles orientaram que os urubus são aves protegidas e merecem muito respeito, pois realizam a limpeza da natureza, alimentando-se de animais mortos e de lixo.
Ficamos mais tranquilas… Curiosas e inquietas! Quando o urubu aprende a voar??? Nessa hora a professora de Ciências Alexandra descobriu que com aproximadamente 11 semanas o urubu conseguiria levantar voo. Pois bem… Passamos dias observando a evolução nas tentativas de voar, inclusive chegando ao telhado e caindo. Presenciamos diversas vezes a descida dos pais que o acompanhavam e o desenvolvimento do filhote.
Hoje, 20 de outubro de 2021, sabemos que nosso Zeca-Urubu se encontra no telhado com outros animais de sua espécie, alçando voos com facilidade. Enfim, tornou-se membro da Comunidade Anchieta, que preza pelo cuidado de todos e todas, inclusive dos animais.
Maria Aparecida da Motta Sakotani (Diretora), Francimari Carvalho da Silva Oliveira e Rafaela Guelfi de Souza (Assistentes de Diretor de Escola)
EMEF Padre José de Anchieta. Av. Inajá-Guaçu, 13 – Vila Progresso (Zona Leste), São Paulo – SP, 08041-410
Para saber mais:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/noticias/?p=266032