SE LIGA!
Por Ainá Agata Tavares e Tatiane Marion
Dezembro de 2019.
Em meio às programações para as festas de Natal e Ano Novo, ouvimos notícias de um vírus recém descoberto circulando na China, causando uma nova doença.
Janeiro de 2020.
Uma cidade inteira da China é colocada em isolamento para evitar a propagação do vírus. Que coisa mais esquisita, penso eu, isolar uma cidade inteira! Notícias de outros lugares, de outros países, começam a fazer a mesma coisa.
Fevereiro de 2020.
Primeiro caso no Brasil. Será que farão a mesma coisa por aqui? Claro que não, que ideia!
Março de 2020.
Escolas fechadas. Fechadas? Como assim?
E tudo mudou…
Isolamento Social? Como nos adaptar?
Aulas remotas? Que novidade é essa? Novos desafios, algumas dúvidas, muita insegurança…
Rotina? Preciso pensar o que tenho que fazer para ficar e sair de casa.
As minhas preocupações eram sobre meu uniforme, meu material escolar, minhas lições de casa, se vou ou não para o CCA, para meu curso, para a festa no fim de semana.
Agora, preciso pensar no distanciamento das pessoas, lavar as mãos, usar álcool em gel, máscara, se estou ou não com sintomas de Covid-19 e se vou conseguir ou não cumprir minhas atividades on line.
Situações nunca vividas requerem respostas nunca apresentadas. Mas o que fazer com todo o turbilhão de sentimentos que se forma diante de tantas emoções despertadas? O que fazer com tanta angústia, medo, incerteza e ansiedade?
Parece resposta pronta, receita de bolo, mas não é!
Diante de sentimentos tão desafiadores, é preciso se dar tempo. Tempo mesmo, cronometrado! Fazer pausas de 10 a 15 minutos em ciclos de trabalho ou estudo. Tempo sem fazer absolutamente nada. Nada de aproveitar a pausa para “adiantar umas coisas”. É pausa. Fazer nada. Nada mesmo.
Outra coisa que podemos fazer é destinar tempo para algo que libere a tensão. Vale jogo da memória, caça palavras, desafios mentais, atividades físicas e artísticas. Também vale vídeo game, mas não o dia todo, tá? É preciso dividir o nosso tempo entre várias atividades, não dar exclusividade para nenhuma.
Sono de qualidade também é importante. Dormir pouco ou dormir muito não são boas escolhas. Aquela regrinha de 8 a 10 horas de sono por noite, continua valendo!
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É preciso lembrar que algum grau de ansiedade é normal no desenvolvimento humano, aparece em bebês, crianças, adolescentes e adultos e que não devem ser encarados como problemas.
A ansiedade pode se tornar um problema, quando temos estados de medo ou preocupação constantes ou desproporcionais às situações vividas e que enfraquecem nossas habilidades normais. Este tipo de ansiedade requer avaliação e ajuda especializada.
Alguns sintomas físicos também podem aparecer como sinais de que estamos ansiosos: sensação de embrulho no estômago, ânsia de vômito, dor de cabeça, coração acelerado, roer unha, apertar os dentes, pernas e braços inquietos, além da incapacidade de esperar por algo.
E aí, podemos tentar algumas coisas para diminuir essas sensações, como estabelecer uma rotina (e cumpri-la), reconhecer e nomear os sentimentos quando eles aparecem, pensar em novas formas de resolver a situação que está causando o desconforto, manter o foco no que está acontecendo no momento e… respirar!
Sim, alguns minutinhos respirando normalmente e prestando atenção nessa respiração, nos ajudam a nos reestabelecer.
Pausas e respiração consciente. Duas coisas possíveis de serem incluídas no nosso dia a dia e que produzem efeitos imediatos. Tente!
Ainá Agata Tavares é psicóloga, e Tatiane Marion é Psicopedagoga. Trabalham no NAAPA da DRE São Mateus